domingo, 1 de janeiro de 2017

Letra aberta




Foto: Poluyanenko Alexey

Nada do que está aqui

é inspirado.

Por isso,

pousa os teus dedos na pele

e escreve um poema arrepiado.



Não colocarei o pé na argola,

mas do meu vestidinho

irei soltar a roda.

Colocar um sapato baixinho

e espalhar o charme.



Não trago instruções.

Sei apenas ouvir

o bater dos corações.



Quero sentir o teu peito

minhas costas.

Solta o cheiro

do corpo descoberto.



 Deixas-me entre a espada

e a parede,

quando te encostas a mim.

É uma paixão sem saída.



Mordes-me os lábios

para me rasgares o hálito.
Soltas-me a boca.



Com a respiração ofegante

ao teu ouvido,

peço-te que me leves ao Paraíso

com tudo e coisa nenhuma.



Procuro na intimidade

do texto,

o orgasmo.



Quero a castidade

vestida de nudez.



Estando contigo,

 estou bem

como uma letra aberta.

2 comentários:

  1. O charme do poema...
    Que 2017 seja um ano bom.
    Beijos.

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  2. Ahhh!!!... escrever um poema…
    mas como se poeta não sou?!

    Espreitar-te-ei quando na rua passeares
    com o teu vestido de roda solta e sapato baixinho.
    Formosa e não segura, irás Ana pela verdura…

    Quem precisa de instruções quando tem
    o desejo a guiá-la?...

    Mordo-te os lábios ao sentir
    teus seios contra o meu peito…

    És casta?... não sei...
    depende da tua imaginação…

    Um beijo

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