Foto: Axel L.
Vejo-me outra
longe de mim.
Faço um rabo de cavalo
para que o corpo
fique descoberto.
Abro as portas
da residência
sem qualquer
resistência.
Quando menos me tocas,
mais me tens.
Esgueiro-me para a esquina.
Em volta da cintura
Lavra o incêndio
que crepita nos dedos.
Afogo a tua sede
depois de me encharcares.
Regresso casta.
A boca obedce
e o sabor se morde.
Há a fusão:
carne e calor.
Arromba-me para que nada reste.
Suspiro.
Imploro para que
sejas a navalha
e eu o fio.
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