Foto: Kristian Liebrand
Apanhei o cabelo.
Não gosto de ter nada
à frente dos olhos.
Gosto de ti.
Sabias que as pessoas
são esqueletos cobertos de pele?
Mas eu não quero
que vejam o meu.
Depois cobiçam a minha existência
e dizem que sou pele e osso.
E eu, ouvir isso,
não posso.
Sabias que a pele tem muitos poros?
Há muitos buracos por onde podes
entrar e fazer
a minha pele respirar.
A terra é fria
como a cova
que o corpo provoca,
quando me empurras para lá.
Sabias que podes conservar-me?
Podes colocar-me no congelador.
Não podes tocar-me.
Sou casta e o teu calor
desconstrói-me.
Sabias que a língua
é a nossa pátria?
Então vou colocar a minha
na tua boca.
Está bem! Chama-me louca.
É lá a sua casa!
Depois de escrever,
irei morrer
de riso.
Vou guardar
o sorriso na mão,
um pequeno caixão.
Tudo para que faças o contrário:
o ressuscites,
quando deixares de
marcar no calendário.
Entretanto,
tenho esta diversão de morte.
Serei a tua morte,
ResponderEliminarenquanto me pensares
Serei o teu renascimento
enquanto me sonhares
Belíssimo cara Amiga..Um bj
Este breve sopro deixa no rosto o cheiro da morte? O gosto, porém, é de poesia.
ResponderEliminarUm abraço,