Foto: Imaginatio Sensi
Nasceste selvagem.
Não és de ninguém.
Nunca estiveste só:
as sombras dividiram
o teu corpo em dois.
Rasgaste as entranhas alheias.
Apenas ossos.
Sem carne.
Sempre sofreste de falta de tato.
Mantinhas
o ranger de dentes.
Ninguém chegou até ti.
Deixaste rugidos interditos.
Hoje!
Coloca as garras de fora
sem submissões.
Pisa o risco
sem ser isco.
Não chegues a roupa
ao pêlo.
Deixa-a cair.
Muda de pele.
Incendeia o círculo
de feras.
Não sejas selvagem.
Sê fogo.
Querida Ana Pereira, gosta destas metáforas em que limiar o que se diz, o que se é, o que poderia ser...temos essa fera dentro da gente, cabe a nós domá-la ou libertá-la se for preciso, como defesa, como ataque...não sei se é por aí o que este poema me inspirou, só sei que existe um selvagem dentro de mim, que tento mante-lo acorrentado. Inspirante poema.
ResponderEliminarps. Carinho respeito e abraço.
Um poema de leitura imparável, que nos prende a atenção da primeira à última palavra...
ResponderEliminarFantástico, como sempre!...
Bjs
Ana