domingo, 31 de julho de 2016

A fome continua



Deixa-se a pele

pendurada no cabide.

Esvazia-se o corpo.

Reza-se a missa

de corpo presente.



Enterram-se os corpos

nas valas comuns:

lençóis areados.



Ficam as memórias:

perfil sem voz

atrás do espelho.

Capturadas a cores.

Vivas no flash.



A morte ganha vida.

Reduzimos a distância

no encontro dos corpos:

desvio e embate

para o orgasmo.



No final,

deixaste o melhor de ti.

Vieste-(te).



Nada é negativo.

As pessoas morrem

e a fome continua.

3 comentários:

  1. A vida segue, imparável e indiferente ao que se despe-de.
    abç amg

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  2. Morre-se e renasce-se por amor...
    Um poema e uma imagem com sensualidade...
    Beijos.

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  3. Morrendo um no outro... para viverem de novo... um grande amor...
    E a minha fome sempre continua pelos seus trabalhos, Ana... de leitura sempre apetecível e voraz...
    Como sempre, um trabalho excepcional!...
    Adorei!
    Deixo um beijo, fazendo votos de que tenha um bom domingo, e um mês de Agosto fantástico!
    Irei fazer uma pausa no meu blog, por algumas semanas, mas conto voltar, lá pelo final do mês...
    Até lá!... Tudo de bom!
    Ana

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