Foto: Marta Bevacqua
Abro a boca.
Não suplico.
Humedeço os lábios.
Coloco a língua de fora.
Apenas humidade salivar.
Verifico a bolsa.
Tem lá o dicionário.
As palavras não têm valor algum.
Coloco a mão no bolso.
Está vazio.
O verso está em queda.
Está tudo em fundo perdido.
Tens queda para o abismo?
Não posso usar palavras caras
porque não as posso comprar.
Uso palavras simples.
Singulares.
É preciso dar-lhes corda
(vocal)
para as fazer render.
Mesmo sem rima,
ficam no ouvido.
Não preciso de gastar papel.
Deito-me sobre tábuas
para que contemples na nudez
o que não sabes.
Encontra um cantinho na estrofe.
Será que cabes?
Magnifico, Ana!...
ResponderEliminarSempre um prazer imenso, ler o que escreves!
Adoro as tuas abordagens directas, nos teus trabalhos!
Beijos! Bom fim de semana!
Ana
Mais um excelente poema. A mistura das palavras com a emoção refaz o desvio para "um cantinho na estrofe"...
ResponderEliminarBeijos.
Olá, eu há muito tempo que não venho aqui à blogosfera "publicar", ontem resolvi passar, não quer dizer que tenha a assiduidade do antigamente, mas vou tentar.Obrigada pela visita.
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