O que fazes aqui?
Não te esperava tão cedo
e o tempo foge.
Corremos?
Poderia falar-te de uma mulher
que é uma viúva negra
bem casada com os passos que se dão.
Aceleramos nas retas
e nas curvas andamos sem travão.
Afinal anda tudo bem
mesmo a circular em contramão.
Ninguém se afasta.
Apenas sai do trilho.
Encosta na berma
para obter consolo.
Não há paredes
a quem me possa confessar.
Sou uma pecadora.
Não há volta a dar.
Assim não te falo de céu
pois ando na terra.
Não te falo de boias.
Não tenho salvação.
O que fazes aqui?
Não tens muito por onde navegar.
Gosto do que é impar
Por isso não me olho ao espelho
Para não me ver a dobrar.
O que fazes aqui?
Agora que estacionaste
no meu colo,
chegaste a um beco sem saída.
Ana Pereira
ResponderEliminarA repetida pergunta, será a essência da vida, o poema pretenderá que o leitor equacione. Me parece ainda, ser por aí que o mesmo conduz a gostar, como me aconteceu.
BRASIL: O SORRISO DE DEUS.
Capitania de São Vicente
Se comentar, agradeço o post agadeço.
http://amornaguerra.blogspot.pt/
Abraços
Sempre um prazer enorme ler-te, Ana!...
ResponderEliminarBelo, arrebatador e desconcertante poema!
Adorei!!!! Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana