Foto: Marta Bevacqua
Temos de acertar contas.
Será esse um bom plano.
Escondi-me dentro de uma caixa.
Dizem que aí há valor.
Dizer armário é vulgar.
E eu não sou arrumada.
Fiquei acorrentada.
Eram correntes de ar.
Era isso que me fazia
arrepiar.
Achei que devia ter classe.
Dar mais rendimento.Valorizar o ativo tangível.
Seria um investimento.
Tirei uma fotografia.
Depois tive a revelação.
Não trazia nada nas costas.
Apenas a saia esticada
e as pernas à mostra.
Vou para
a rua
com palavras inúteis,
enquanto desafias as leis.
Quebras internamente
o que é bruto.
Estou em débito para contigo.
Abres a caixa para saldar,
ou consegues suportar?
Ana Pereira
ResponderEliminarGostei de ler a linda metáfora poética. Achei o poema bem delineado.
Abraço
Ao ler o teu poema lembrei-me de Ramos Rosa: " Débito e Crédito
ResponderEliminara minha alma não dança com os números..."
Beijos.
Uma coisa é certa... ler-te, sempre será uma mais valia!...
ResponderEliminarMais um poema muitíssimo bem estruturado, que adorei descobrir por aqui...
Beijinhos
Ana