domingo, 6 de maio de 2012

O "meu amor" é como tu

Meu Amor, és bom demais para ficar sem ti

Meu amor,
Existem frutos silvestres
que são difíceis de tratar
Rosas com espinhos
E pedras difíceis de lapidar.
Existem espadas e punhais
Fantasmas e pesadelos
Fantasias e sonhos
que encontro no fundo dos teus olhos.
E muitas perdições e outras tentações.
Mas nada disso interessa.
Pois mais uma vez vou ficar contigo.
Adormecer
Despir-te com suavidade
Sentir-te como meu
Sentir a frescura do teu sabor
e ficar simplesmente contigo
(em mim).
Viver os meus sonhos quando estou assim
com esse vontade de ter-te.
Sentir-se suavemente intenso,
Docemente amargo.
Deixar-te simplesmente a derreter na frieza do meu calor
Intensamente brando
Intensamente meu
Porque apenas me pertences nesses momentos
Pois quando amanhece no meu olhar já não estás na minha boca.
e é nesse sentir que vejo o Amor:
Como um chocolate que pode ter diferentes sabores, diferentes formas,
que se vai derretendo no nosso ser e aprimora os nossos sentidos,
Nos faz sorrir e nos lembra que
o Amor é bom demais para ficar sem ele.

terça-feira, 24 de abril de 2012

O Canto


Parti rumo à Primavera que no meu interior se escondeu
Esqueci-me de como era a primavera
Pois sem dar por isso entardeceu
E foi assim que surgi aos teus olhos
Simplesmente tardia
Quando a luz morria nesse dia.
Trazia na voz o Canto que era meu e teu
E era fruto do Amor tardio
que deixamos morrer lentamente no lento morrer do dia
Quando tardamos no beijo
que na boca pendia.
Ficamos à luz dessa chama que lentamente morria
E que acordou com o beijo que tardou
e que os nossos corpos estremeceu com o arrepio
Mergulhado nas vontades e fantasias
que trazíamos espelhadas no olhar nesse dia.
No silêncio do momento que de beijos e caricias se preencheu
Ficamos embalados pelos braços
Desse Canto de Amor que partilhamos
Quando surgi tardia
De mãos vazias
e despida de mágoa e nostalgia
Envergando simplesmente o Canto que vinha do fundo dos teus olhos
O Canto que se fundiu em Nós
Como se cantássemos a uma só Voz
Quando o beijo tardio, o tempo parou.

domingo, 15 de abril de 2012

Contrastes

Sou a neve branca e misteriosa

que escorre nesses vitrais.

Sou a chama gélida que consome esses desejos subtis.

Mergulhei a ponta da caneta no fundo dos teus olhos

Para delinear as histórias

que revejo nas imagens espelhadas

E que quero que sejam reinventadas

com o Amor que tenho aqui.

Amor que selei na mudez da minha voz.

Amor que me fez agarrar na solidão que me vestiu de fantasia

Para não me sentir despida e vazia.

Atirei-me nos braços da tua Loucura

E por entre a chuva que se debruçou sobre nós

Pegaste nas minhas mãos desertas

que ficaram abertas

Para te ter no momento em que o Amor desabrochou no jardim.

Como o beijo que em mim guardei

E que nunca te dei.

sábado, 31 de março de 2012

Um lugar estranho


O Amor é um lugar estranho onde poucos se encontram
e muitos procuram motivos para estar.
Nessa procura incessante de descoberta e redescoberta ficam  os rastos  dos amores perdidos.
Amores nunca vividos
Apenas sentidos mas nunca arrancados do peito
Mas chorados muitas vezes no leito
de quem os sentiu.
Amores que ficaram presos a linhas ténues de sentimentos
e que ficaram simplesmente ausentes de palavras,
Nos silêncios gritados dos olhares distantes.
Amores que muitas vezes foram cravejados de palavras belas
Mas tão vãs…..
que se tornou insuportável ouvi-las e senti-las.
Por isso procuraram-se locais frios para acalmar essa dor
Não de amor mas de ausência e solidão.

domingo, 18 de março de 2012

Simplesmente


Simplesmente não  és um lugar comum 
Poucos te conseguem ouvir pois és simplesmente Intenso demais
Libertas os desejos e os medos, os gritos e as raivas
Simplesmente com a tua envolvÊncia a que poucos dão valor
Não desprezamos a tua existência mas receamos que te tornes um grande pedaço de nós
Curvamo-nos sobre ti quando nos deitamos sobre as nossas fraquezas
De uma forma tão Incessante
Que temos medo medo de morrer em ti e por isso Odiamos por vezes as tuas presenças
Tão necessárias.

domingo, 4 de março de 2012

Baloiçando na infância


Na parede do quarto ali ficou
Uma história numa  foto que já passou
Continua a cativar-me a menina inocente de olhos verdes
Cabelos claros e sorriso doce.
Continuo a vê-la e pergunto-lhe
Quando foi que te perdi?
Quando deixei de ver-te?
Continua a provocar um sorriso mergulhado em rio
Continuo a vê-la a baloiçar na oliveira.
Numa constante brincadeira
que depois  a fazia correr pelos campos
aproveitado a eterna liberdade pura e inocente.
Por entre esses campos
Cravejados de pequenos sóis com que se deliciava arrancar os seus pequenos raios.
Continuo a vê-la incessantemente.
Pois sei que ela continua em mim
Mesmo que……
já não baloice na oliveira.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Bailado de sedução



Não consigo tirar os olhos de ti
Mesmo que queira não consigo

Abro os olhos e consigo ver-te
Adormeço e consigo sentir-te
Num simples bailado de sedução
Em que permanecemos bem juntos
Tudo parece parar e nada mais importa
Conseguimos sentir num simples toque todos os contornos dos corpos.

O que fica é a intensidade desse momento em que tudo acontece mas nada se vê.
Sentes o perfume.
Consegues delinear com os teus dedos todas as curvas desse corpo que tens entre mãos .
E no momento da partida fica apenas um pedido
que faz o tempo parar
“Espera dá-me um beijo”
"Queres um beijo meu?”
Numa atitude de desafio ficamos encostados à espera que o inevitável aconteça

E o tempo volta a contar a partir do momento em que os lábios se tocam.
Porque afinal o tempo aqui mede-se a partir de um beijo
que termina simplesmente não com um adeus mas com
amo-te.
Nesse momento abro as janelas do meu corpo: o meu olhar....

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Vagueando


Porque não podemos procurar as coisas certas pelos motivos errados


Vagueias pelas ruas desertas
Tendo um destino incerto
Caminhas assim
com as roupas rasgadas e com o cabelo em desalinho
com as mãos gastas
e os pés magoados.
Caminhas com a alma livre
e despregada do chão
e nas mãos levas o coração
despedaçado
com as lâminas da paixão
que te prendeu numa prisão

a que um dia chamaram solidão.
Chegaste às margens do rio e viste a razão desse coração partido
refletido na água que lavará a alma....
Pois no fundo sabes bem....

“o amor é uma doença quando esperamos ver nele a nossa cura

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Hoje apeteceu-me


Hoje apeteceu me …..
Olhei pela janela e senti vontade de dizer o quanto te amo.
Está frio bem sei mas que importa isso?
As palavras não eram suficientes e senti-lo também não.
Sentei-me na poltrona e senti vontade de te ter.
Continua frio e eu mantenho me aqui.
Não o receio, nunca o receei.
No entanto sempre te quis por perto, embora o tenha negado.
Nunca fui suficiente para ti e nem digna de te possuir.
Hoje anseio pelo teu calor mas mantenho a poltrona na sombra fria do Outono.
mas continuo a desejar-te intesamente
e é nessa intensidade que aguardo o raio de sol
Pois sei que nesse momento
 afinal já não fará assim tanto frio.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Na tua ausência de ti, amanheceu


Na ausência de ti
Ela procurou um motivo para estar.
Quis partir mas teve de ficar.
Desejou ter-te perto
Mas continuaste longe.
Quis  tocar-te mas escorreste-lhe por entre os dedos
Desejou tomar-te mas teve medo.
Abriu a caixa de segredos para poder ladrilhar a sua rua
Com os seus desejos e mistérios
Para que a visses como tua.
Desejou espalhar-te em si.
Rasgou o desejo e a vontade de te ter.
Ela quis morrer mas teve de fugir
Para poder apagar da memória porque a fizeste sorrir.
Assim, calidamente no amanhecer
Renasceu pois procurou um sonho
No meio da escuridão
que só conseguiu rasgar
Com o sol do perdão.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Amor submisso


Deixo-me vaguear pelas ruas caiadas
Com Esse amor submisso que envergo nas roupas rasgadas
Com que visto o meu corpo.
Esse amor tão ardente
Que me faz sentir diferente
A cada passo que dou.
Olho para lá no horizonte e não sei quem sou
Mas sei que existo e nesse exato momento me dou.
Esse amor tão singelo
Que me faz medo perdê-lo a cada esquina que dobro
Esse amor submisso
 que guardo como se fosse preciso
Escondê-lo de quem não o vê.
Esse amor submisso que na simplicidade da sala
Deixou a cadeira a baloiçar
Num simples repousar de corpos adormecidos.
Esse amor submisso
Que deixa entrar pela janela
O raio de sol que nos paralisa, aquece e imobiliza
Com a sua enorme beleza.
Esse amor submisso
Que nos faz sentir com o coração
Que nunca nos faz dizer não.
Esse amor submisso que nos faz querer estar presos
Ao incerto desejando ter por certo
O amor que não conhecemos.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Rosa de sangue


Pela janela Maria viu que a noite não tinha estrelas.

Mas na solidão dos ponteiros do relógio

Ouvia o tique-taque.

Mas lá no fundo da escuridão

Mergulhou a ténue solidão.

O relógio parou.

Viu à luz ténue do nevoeiro o teu rosto iluminado.

Correu para ti pois pensava que serias o seu amado.

Procurou no teus olhos

O brilho que queria que fosse o seu.

Serias a sua existência.

A sua alma e o seu corpo seriam teus.

Na ousadia se revelaram os corpos envolvidos pelo desejo e mistério.

Aspiraste o seu desejo com toques delicados.

Mas com espinhos acariciaste o corpo que dizias amar.

Fragmentaste a sua alma

E deixaste-a a esvair-se no sangue

 Que um dia te fez pulsar.

E num amor tão louco que destruiu o jardim de rosas

Caiu a alma que se deixou amar

Pelas trevas criadas por si.

Amanheceu....

Maria volta a olhar pela janela

E o nevoeiro dissipou.

O relógio volta a contar o tempo.

A noite voltou a ter luar.

Partiste....

A noite permanece escura numa ténue solidão

Que se quebra docemente

Com um beijo de despedida eterno.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Foi muito mais



Foram mais que as palavras
Foram os gestos que eram teus
E os desejos que trocamos no meu mundo e no teu.
Foram os passos do silêncio
Que segui sem hesitar.


Foram as palavras que hoje escrevo

Que são da fonte das histórias

De um passado lavrado no campo da memória.

Foram os cravos e as rosas

Que hoje trago no regaço
Com que lavrei a prosa 
que encontrei no mundo da fantasia.
Foi o  dia em que peguei na caneta 
E prendi o meu coração às cordas
 onde baloicei durante horas.
Mas foram mais que as palavras
Que deixaste no jardim,
onde plantamos as flores
que desejamos
e onde respiramos o ar cheio de inocência e jasmim.
Partilhámos toda a inocência
Que deixamos desabrochar
Nesse jardim tão colorido que percorremos sem hesitar.

Deixei nesse jardim,
Os desejos e os sonhos.
Os amores trouxe-os no regaço,
Que partilho nesse abraço.
Na corrida contra o tempo
Baloiçamos nessa corda,
Baloiçamos devagar
Só para sentir a brisa que teima em nos aconchegar.
Continuamos a baloiçar nesse mundo de ilusão,
Pois somos as eternas crianças
Que correm com o mundo na palma da mão.


E é presa a essa corda viva
 Que mantenho o meu coração
Ao qual dou a corda para manter viva a inocência
Que marcaste com a tua ausência
(que trago no regaço).

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Quero que sejas assim

És o poema que escrevo em mim
Como uma tatuagem
Que gravo na realidade que piso
Que apago e aliso
Num simples abraçar de palavras.
Quero assim a chama que não conheci.
És o corpo e o beijo em flor
És o amor que vive no jardim
Mas também a melodia
Um cheiro de maresia
E a tinta com que escrevo toda esta poesia.
És a noite e o dia
O luar do amanhecer
Onde procuro o teu ser
No envolvimento do sentir
De uma paixão.
És a loucura que reconheci
Nas noites em que me perdi e te vi
Doce, quente e intenso
Como um amante eterno.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A janela discreta


Abrimos uma janela discreta
Onde a Musa se pôs à janela para te ouvir “cantar”
Numa voz tão melodiosa
Tantas vezes desejosa….

Nessa janela discreta vislumbro o teu rosto jovem
Vislumbro o teu olhar
Que anseio por tocar.
Esse olhar que transforma o que sente numa chama
Que queima a pele de quem o ama
Essa chama que consome a alma da Musa que sente mas não o diz
mas num suspiro deseja que fiques aqui.
Nessa janela discreta que ficou aberta
Entraste tu com o teu encanto e derrubaste esse prato que destruiu os inocentes.
Tens no olhar a intensidade de um beijo
E nas mãos a força de um desejo: encontrar a Musa que te ama
Que se prende e agarra ao corpo que é teu.
E tu Poeta que cantas as suas odisseias
Continuas a usar as linhas de suporte para tecer a teia
que a prendeu a ti.
Essa Musa eterna feiticeira dos teus sonhos  ao acordar ,
Desejas senti-la na intimidade,
Ver o seu olhar,
Ler a sua alma com a palma da mão
E possui-la com firmeza para que ela tenha a certeza
Que não pertence a mais ninguém.
Ouvi-la querer-te é o que desejas
mas ela será Tua na eternidade da palavra cantada por ti.
Mas permanecerá sempre a lembrança do abraço de uma noite no qual determinaste o destino 
“És minha para sempre , mesmo que no final da história morramos os dois”.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Omito o sentir




Omito o sentir nas palavras descaradas
Com as quais faço paisagens.
Omito o sentir que sinto na palma da mão
E que me escorre dos dedos  através da tinta
Que corre neste coração.
Omito o sentir
Para acalmar estas línguas de fogo
Que consomem este pedaço de papel que rasguei
E larguei ao vento
Num simples suspiro e num lamento
como a guitarra que chora com o vibrar das cordas
do coração que sente a saudade.
Omito o sentir mas não procuro as palavras ideais
Mas aquelas que me ajudam a pintar esta tela de sentimentos reais.
Omito o sentir
não nas palavras escritas mas nas que ficaram por dizer.
São as que estão nas entrelinhas e que é necessário esconder.
Pois não interessa escrever a realidade se não a conseguimos ver .

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tic-tac



Tic-tac continuas a bater
Tic-tac…
Bate segundo a segundo
Deixando-te ligado ao mundo.
Esse pedaço de ti que trazes na palma da mão
Sentes a batida
Mas não percebes a razão.
Olhas para ele e não vez utilidade
Porque querias pará-lo para manter a sanidade.

Querias que fosse de pedra
Para ser difícil de partir
Mas deixaste-o cair e ficou em cacos
Tentaste colá-lo e ficou em pedaços.
Querias que fosse de gelo
Para poderes mantê-lo frio
Mas veio o Sol  e derreteu-o com o seu brilho.
Querias que fosse de papelão
Para aí escreveres a tua verdadeira essência
Mas  se viesse a chuva iria desfazer-se como um castelo de areia.
Essa peça fundamental que faz de ti aquilo que és
E está repleto de ti…

Macio como as pétalas de rosa
Que deixa escorrer as gotas de água como se fossem lágrimas
Leves, breves e suaves.
Pequeno pois cabe na palma da mão
Mas é tão grande como a imensidão.
Frágil como o cristal
Que quando estala, fica marcado.
Simples como uma folha de papel
Que muitas vezes fica rasurado
Mas que continua a reinventar as suas histórias
Que refletem aquilo que vai em ti, coração,
Tu que és
Um pedaço de vidro rasurado com um lápis de carvão.