quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Tic-tac



Tic-tac continuas a bater
Tic-tac…
Bate segundo a segundo
Deixando-te ligado ao mundo.
Esse pedaço de ti que trazes na palma da mão
Sentes a batida
Mas não percebes a razão.
Olhas para ele e não vez utilidade
Porque querias pará-lo para manter a sanidade.

Querias que fosse de pedra
Para ser difícil de partir
Mas deixaste-o cair e ficou em cacos
Tentaste colá-lo e ficou em pedaços.
Querias que fosse de gelo
Para poderes mantê-lo frio
Mas veio o Sol  e derreteu-o com o seu brilho.
Querias que fosse de papelão
Para aí escreveres a tua verdadeira essência
Mas  se viesse a chuva iria desfazer-se como um castelo de areia.
Essa peça fundamental que faz de ti aquilo que és
E está repleto de ti…

Macio como as pétalas de rosa
Que deixa escorrer as gotas de água como se fossem lágrimas
Leves, breves e suaves.
Pequeno pois cabe na palma da mão
Mas é tão grande como a imensidão.
Frágil como o cristal
Que quando estala, fica marcado.
Simples como uma folha de papel
Que muitas vezes fica rasurado
Mas que continua a reinventar as suas histórias
Que refletem aquilo que vai em ti, coração,
Tu que és
Um pedaço de vidro rasurado com um lápis de carvão.

1 comentário:

  1. Um pedaço de vidro rasurado com um lápis de carvão...
    Gostei do teu poema, é muito bom.
    Beijo, querida amiga.

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