Há tantas palavras abandonadas nas prateleiras
e tu nunca as recolheste.
Limitaste te a percorrer o corredor escuro.
Apenas o orvalho cintilava nas paredes
onde cresciam plantas
silvestres.
Limitaste te a arrastar o teu ser em ruina
para não ficares fechado lá dentro.
Onde a luz se deleita,
percebeste que há lugares onde as palavras
são desnecessárias quando,
depois de se desbravar mar,
se descobre uma paisagem devastada
que vale a pena voltar a visitar.
Há palavras desnecessárias, de facto, principalmente quando decidimos que vale a pena revisitar paisagens que precisam de ser reconstruídas.
ResponderEliminarEste poema é excelente, tal como os anteriores.
Boa semana.
Beijo.