Foto: Mila Lyumila
Falo-te do rio
que banha a rosa escondida
debaixo do vestido
que (não) trago .
Neste caso,
este poema não será
seco.
Resisto ao grito
amordaçado
entre as pernas
mas não dá.
Há a água cega
que escorre
para não alimentar
os lábios.
Fico mais nua.
Menos desarmada.
Acordam os sons adormecidos
no jardim
e na pausa mais funda
rompe a colcheia
da intimidade.
Existimos em 3 D:
em via livre ou
entre quatro paredes.
Uma alternativa
é arranjar um
quarto na hora.
Não demores muito.
Espero-te agora
de mim fora.
Temos um terço no quarto.
Rezamos?
Nesse caso,
só temos 5 minutos.
Vens ou não dá?