Foto: Paulo Taborda
Ficamos no limbo.
O tempo está acorrentado.
Não temos asas
mas braços.
Bebes a água da boca.
Percorres a planície
do corpo.
Desampara-o
e tira-lhe o descartável
pois morreu.
Surgirá algo palpável.
Dá-lhe vida.
Sou eu.
Sussurro-te versos,
os meus pecados.
Achas que serão perdoados?
Fecunda os sentidos
e nascerá poesia
corporal.
Há o presságio do abismo
que nao vem em nenhum
mapa astral.
Ficas dentro do corpo
que não é teu.
Nao estás possuído.
Agora és meu.
Desperta a carne.
Nada é espiritual.
Podes chegar ao céu.
Levando contigo um pecado
bem original.
Nos sonhos ávidos
de desejos nossos,
em chama cor de sangue
nasce uma rosa sem espinhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário