Foto: Haleh Bryan
Ai Deus,
que não posso falar
(-te).
Pode a alma cantar
e tu poderás escutar.
Bem segura e
sem formusura,
vou descendo a avenida
com a guarida
de desejos
e um molho de rosas
para os teus olhos.
Ai Deus, triste moça
sou!
Abraso a neve
e ninguém se atreve a
soltar-me os cabelos
pois o que tenho
está na ponta dos teus
dedos,
e não no caos.
Na ponta da língua,
hálito de vontade.
Ai Deus, que sou
feiticeira!
Vestida de verso
fiado.
E tu olhas para mim
e o vestido fica
rasgado.
Quero que o ventre vazio
fique habitado por ti.
Ai Deus, que sou pedinte.
Não semeies os sonhos
nos verdades campos.
Anda descobrir os vales.
Vem encontrar-me.
Ai Deus, que estou
perdida!
Fico com as pernas
boquiabertas
só de te querer
pois sabes dos mundos
presos à minha cintura .
Libertas o perfume
liquido
da ternura
da rosa que te trago.
Ai Deus, que faço eu?
Foge o grito açucarado
diluído no gemido
aguado da existência.
Ai Deus, que é de mim?
Piso a terra
descalça para a vida.
Não sei o que me prende
mas há algo em mim se enterra.
Disso não falo!
Ai de mim, ré sou!
Perdoai-me Deus
por tão enleada
estar de mim.
Não é pecado matar a fome
de quem ainda não comeu.
Devo apaziguar o ávido gineceu.
Sem cantigas,
vou descalça,
formosa e segura
de
te poder encontrar.
Adorei!
ResponderEliminarBeijo, bom domingo
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