Sou um rio sem margens
que nasceu da ondulação
do vento.
A Terra é redonda
e a água escorre.
Embarca nesta aventura
e vamos partir nesta odisseia.
Para nós será a primeira.
Sente o sopro da palavra.
Avia-te em terra:
deixa as roupas distraídas
caírem no chão.
Traça a rota do corpo.
Desperta as ondas
do rio.
Entre a adaga
e a espuma
deixa o corpo submisso
e segue a corrente
que te acaricia a pele
e te perfura até ao osso.
Na iminência de naufrágio,
andamos à bolina.
Abrem-se as comportas.
Nesta odisseia
há o presságio de nos perdermos
num mar de sussurros flutuantes.
É o canto das sereias
que te querem como amante.
Nada temas!
Haverá sempre um novo porto:
a foz onde o pecado
naufraga
com a ereta adaga
afundada no ventre.
Mais rápido ou mais lento
basta perdermos o norte
com a rosa dos ventos.
Assim cumpriremos o Fado:
daremos à costa
com o Sol dentro de nós.
"Sou um rio sem margens
ResponderEliminarque nasceu da ondulação
do vento."
Se tentam me comprimir escapulo ou morro.