Hoje quiseste-me
nua,
nítida,
presente.
Poso para ti
num quadro
de fantasia.
Escondidos atrás
de cortinas de gestos,
trazemos o desejo pelo corpo
colado nos lábios
cosidos ponto a ponto
e rematados com o G.
A janela está fechada
mas a fechadura está aberta
para a chave que será
submersa.
Agarras a nudez
até à fraqueza.
Escorre a espuma quente
na pele submissa.
Fico com as pernas boquiabertas,
rompes-me,
afogando-te.
Atas o meu rosto nas tuas mãos.
Bebes da boca o delírio.
Ateias o fogo
no gritar.
Nenhuma luxúria ficará
por inventar.
A Alma abate-se viva
e a rosa excitada floresce
coberta de suor e santidade.
Na noite profana
seremos absolvidos
do Pecado Original.
De astros ateados,
vestidos de estrelas
chegaremos ao paraíso
com este pecado celestial.
Creio que será a primeira vez, que aqui comento, Ana Pereira, mas analisei um excelente poema, alindado com um bonito tom sensual, que considero muito bem doseado, a lindar mais a poética das palavras.
ResponderEliminarAbraços