Foto: Scarabuss
Sento-me ao piano.
Da ponta dos dedos
emergem as notas
musicais
na pele pautada
recatada
no avesso da roupa.
Escuta
a melodia do corpo
que se toca em silêncio.
A musica ausenta-se.
Isolo o caos
da luz.
Há compassos.
Há suspiros dedilhados.
Os contratempos são inexistentes.
Abrimos as colcheias
permanentes
e sonantes.
Nos gestos clássicos
da volúpia
as palavras são claras
na boca nua.
O beijo é a palavra
inaudível
que te aflora
nos lábios.
Depois da poesia,
melodia-me
em silêncio.
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