Enquanto dormes
sei dos teus olhos acesos
que me fazem despertar
quando te conjugo
e fecho os braços devagar.
Enquanto dormes,
apago a existência elétrica do dia.
Estendo-me
e encosto o ouvido
à parede do colchão.
Suavemente palpita o coração.
Escondo-me noturnamente
no eco dos lençóis vazios.
Enquanto dormes,
abro compassos
em silêncio.
Restrinjo-me a uma sombra.
Finjo que percorro,
sem pausas,
o teu corpo,
compassando carícias.
Enquanto dormes,
agarro o impulso de te
agarrar.
Não é possível!
Estou a delirar.
Gemo contigo
no intervalo da contraluz.
As tuas feições silenciosas
ficam mais nítidas e palpáveis.
Enquanto dormes
fito-te com o brilho
das estrelas
da escuridão da minha alma.
Fico na margem do teu corpo
e aguardo que me embrulhes
com a tua voz.
Desperta!
Enquanto dormes
fica a noite mais fria
e orvalha o desejo.
Visto-me de insónia
e da janela do meu quarto
e no meu claro enleio,
penso que estás no meu leito
e chamas por mim.
Enquanto dormes
repousa o meu corpo
nas tuas mãos
e tu não sonhas
que seja possível.
Tudo se torna possível nos meandros do amor.
ResponderEliminarMesmo impossível... e eu nem duvido.
Beijo.