Hoje apetecia-me
escrever algo diferente
e simplesmente colocar
as Palavras na
horizontal.
Pelo menos nessa posição
dizem que tudo é igual.
Queria falar de algo
ardente.
Colocar as Palavras
a fazer Amor,
certamente.
Como se faz, não sei.
Posso falar-vos de
tentação.
Estender as Palavras no colchão
ou fazê-las rodopiar no
varão
da caneta.
Como se faz, não sei.
Cai o véu branco
sob este meu estado
de indecência.
Vou tirando a roupa
e colocando-a por cima
da inocência
prostrada na cadeira.
Deixo os cabelos
caírem nas costas
e deixo britar
flores nas encostas,
curvas de pensamento
pouco racionais.
Corpo quente
que deito na cama,
que dispo
e vou ter com ele,
quando me chama.
A cama de algodão
absorve todas as essências
do céu.
Não me engana.
É todo meu.
Fico submersa
na língua
do seu corpo,
Sol que me desperta,
e que faz jorrar de mim
fontes de Eros.
Há a essência
impregnada na nudez.
Há o ritmo das subidas e
descidas
nas margens onde ancoro.
É a língua que nos
ensina
o significado do Amor.
Nem é preciso de
dicionário.
É despido que se escreve
melhor.
Tudo se torna certo,
quando fica alinhado no
verso.
Atravesso planícies invioláveis.
Deixo o copo vazio de
Palavras
em cima da mesa.
Não tenho nada para te
escrever.
Apetece-te tomar algo?
sim, apetece: um copo sem desespero.
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