Já
não há leitores.
Há
nudez.
Há quem veja com as mãos;
quem leia com os dedos.
quem fale gestualmente.
As mãos andam nuas.
A
poesia é coisa pouca.
Tenho as mãos vazias
na banalidade
da explosão líquida
que ocorre na ruína
do meu corpo.
Os poetas
não servem para nada.
Há sempre um mau caminho
para percorrer.
Húmido.
Sem norte.
Deixa-te quente
e leva-te para a frente.
Os
poetas deviam encher páginas.
Não
deviam deixar vazios.
As pernas abertas
são pontas de estrelas
caídas no vazio
do quarto
crescente.
Que
morra a prosa.
Se desejas algo,
estás morto por algo.
O desejo é poesia
que te leva do caixão
à cova.
Morreste?
Uma ova!
Não te escrevo
uma prosa.
Enterra-te.
Deixo-te a rosa.
Fina-se a poesia.
Por mais que queiram a poesia não morre nunca...
ResponderEliminarUm beijo.
manifesto...
ResponderEliminarpara o preenchimento do vazio.