Foto: Angela Vicedomini
Nem sei como começo
porque aqui há gato
e isso não tem nexo.
Chamas por mim.
És felino.
Com olhar paciente,
passos perspicazes,
garras afiadas.
Não fujo de ti.
Fujo para ti.
Não compreendes as palavras,
então não tas direi.
Posso beijar-te
para as encontrar,
Elas são isentas de vontade
e desejo,
embora andem enroladas
na língua.
Talvez perca a respiração.
Talvez seja melhor
abrir a janela
e oxigenar o coração.
Passo a mão pela tua
cabeça para descobrir
o que pensas.
Ronronas o que sentes
de olhos fechados.
É quase certo
estares perto
quando sinto o calor
que imana do fundo de ti
quando deslizo
para te apanhar.
São precisos pontos de contacto
para haver a sintonia perfeita
dos corpos enrolados
nos lençóis
com a cabeça na travesseira.
Não precisas de correr
atrás de mim.
Vai correr tudo bem,
ronronas.
Eu não (faço)
correr mais tinta.
Afinal não há nenhum poema aqui.
Aqui há gato!
Aqui há um gato que inspirou este belo poema que tem todo o nexo... Gosto sempre.
ResponderEliminarUm beijo.
Um gato inspirador... de cortar a respiração e oxigenar o coração... deu azo a um belíssimo poema...
ResponderEliminarAdorei!
Beijinhos
Ana