domingo, 8 de março de 2015

Desassossego


 
Foto: Ilona Pulkstene
 
 
As Palavras são indefesas.

Pequenas sílabas.

Seres vibrantes

que trazemos na ponta da língua.

Deitam-se para mim.

Ondulam

nas pontas dos dedos.

 

Violadas

no olhar de quem

as despe com o olhar

e as toca com uma voz sem eco.
 
 

Hálito sem sopro

de um corpo morto.

Imagens sem cor.

Espelho sem reflexo.

Desejo opaco.

Desassossego.

Caos.

Abismo.

Labirinto.

O pulsar do sangue.

A dor.
 
Lâmina.
 
O Amor.
 
A presença sem companhia.

Silêncio.

Grito.

Pedra nua.

Pétala de rosa.

 

A Palavra é a nascente.

Corre em verso.

Desagua no poema:

água essencial ao ser humano.

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