sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Silêncio do Amor


Cala-te.

Não digas nada.

Senta-te na cadeira.

Vou alojar-me no teu colo.

Não precisas de papel.

Cedo o meu corpo.

Rasga a minha roupa sem pudor.

Sinto de perto o teu odor.

Embriagas-me.

 

Estendo-me na mesa.

Com os teus dedos começas a percorrer

o corpo da mulher que desejas conhecer.

Roubas-me os sentidos.

Nada sinto do exterior.

Percorres as linhas de um corpo

Que ainda não conheces de cor.

 

O Silêncio consente o Amor.

Queima as palavras abraçadas pela voz.

A boca emite o som que a língua desconhece:

o prazer de um beijo que a nossa boca conhece.

Ficamos ocultos na pele um do outro.

Criámos imagens com os gestos que traçámos.

 

Tudo é poesia.

O Amor torna-se casto e completo.

Sinto que o Céu está perto.

A noite prolonga a união.

Adormeço em silêncio, na tua boca.

És meu.

3 comentários:

  1. Uau!! Muito tocante! Ler um sentimento assim, neste lapidar delicado das palavras é sempre motivador.
    Um abraço!!!

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  2. Soberbo.
    Talvez o melhor poema que já li teu.
    Minha amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijos.

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  3. Leitura divinal
    Poema sensacional
    Maná formado por palavras
    Por uma Bragi feminina a nós fornecido!

    Muito bom o poema ;)

    http://planopalavras.blogspot.pt/

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