domingo, 7 de julho de 2013

A Fénix


Nada trago comigo.

Tenho as penas sem brilho.

O olhar está vidrado.

Não sinto vontade de cantar.

Mergulho na profundidade do caos.

Estou extasiada.

Sou a exaltação de feras selvagens.

Tenho fome e sede de infinito.

Ouço o eco do grito das profundidades da gruta.

Não tenho forças.

O tempo escorre.

Tudo morre quando passo.

O Sol queima a terra que piso.

Busco-me devagar por entre os labirintos da gruta.

No seu interior existem monstros e pavões

que assustam quem na cama se deita.

Creio que não nascerão flores.

 

O sangue começa a pulsar na veia

como o mar enrola na areia.

Surge uma sombra de luz.

Inclino-me para ela.

Liberto-me da treva fria.

Morro em mim.

 

O caminho já não está deserto.

Abandono-me a ti.

A primavera faz florir o que não existe.

O dia começa.

A Fénix, pássaro de fogo, renasce e pousa nos teus braços

onde florescem palavras de Amor

3 comentários:

  1. "tenho fome e sede do infinto" - que verso... que poema... beijos

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  2. O caminho já não está deserto, abandodo-me a ti. Meste verso a Fênix já resurgida se faz vida florescida. O decorrer do teu poema nos leva ao encanto de um encontro e de uma profunda entrega de onde resurgem novas magias da vida dentro de nós. Lindo,bjs

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