domingo, 30 de junho de 2013

O pássaro azul


Na cidade pairam fantasmas.

As estrelas caem.

A sombra do luar agarra-me.

O orvalho cai sobre as pétalas de rosa.

O verso cai sobre o papel como doces carícias,

como se os meus dedos tocassem no teu corpo.

 

Fico frágil se amar.

O sangue fica ardente.

A luz fica dormente.

Não consigo ver.

Sou louca e livre.

Solta-se a voz do fundo que soa distante.

Consigo chegar à Lua que faz o Sonho girar.

 

Mesmo distante, ouviste-me.

Esta noite tive-te nos braços.

Não sei se o céu ficou azul.

As horas ficaram despertas.

Consumimos o tempo rapidamente.

A Solidão ficou com as mãos abertas e os lábios cerrados.

 

Agora desço degrau a degrau

onde me banho no rio

enquanto o meu sangue ferve como lume frio.

Sinto que posso morrer agora.

Ainda é cedo e o Amor é breve.

Posso morrer agora enquanto afastas as palavras que te escrevo,

pois nada dizem de nós.

Abandonada à luz da Lua cheia,

torno-me um pássaro azul  que voa live

e pousa no beiral das tuas mãos.

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