Inclino-me sobre
a folha fria.
As mãos estão trémulas
e a caneta não se
atreve a beijar o papel.
Não lhe ouço
nenhuma emoção.
Reclino-me na
cadeira.
Sinto um lume
preso
enquanto as horas
dormem lentas.
Fecho os olhos.
Sinto uma
presença forte ao pé de mim,
de um amor
ausente e que me faz sentir um calor
que me desperta
de repente.
Há uma voz que me
seduz
e se ergue num
canto que preenche
a noite vazia.
Amanhece.
O orvalho cai de
manha
beija as flores
docemente.
Dispo-me na manha
de verão.
Surgem as colinas
suaves no horizonte
onde te encostas
e molhas as tuas mãos
Nas conchas
banhadas pelo mar.
Acolhes-me entre
a brisa e o Sol.
Repeles a sombra.
Derramas a luz
que me cega e me faz tropeçar
nos teus lábios,
astros de fogo.
É nesse momento de
reencontro,
que a caneta
beija o papel.
Já não é uma
folha em branco.
gostei!!
ResponderEliminarUm deleite !
ResponderEliminarAna
sensualidade e sensibilidade juntas, nos sonhos, no papel... bjs
ResponderEliminarGostei desse beijo no papel, que mais parece um beijo de verdade...
ResponderEliminarmuy bello
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