Foto: Angela Vicedomini
Não sou anoréxica.
Não engulo tudo.
Apenas o que é preciso.
Deixa-me arrancar-te
a língua da boca.
Deixa-me cravar-te dez garras
no corpo.
Deixa-me gemer abaixo do umbigo
e deixar-te fugir
para dentro de mim
quando desapertares o nó
do desejo.
Dá-me um tronco
para me encostar.
Preciso de uma pausa
para saber a causa
de me desbravares
por dentro.
Deixa-me abraçar-te
o corpo com as pernas
e ficar com a boca a salivar.
Afoga-me em água de rosas
das planícies
invioláveis.
Deixa-me morrer
na vontade.
Não preciso de amor
para me sentir leve.
Não preciso de fazer dieta.
Não preciso de amor
para respirar.
Dizem que com ele ficamos
com falta de ar.
Não sou anoréxica
De sentimentos.
Sou uma obesa de
desejos proibidos.
Quanta sensualidade!
ResponderEliminarUma boa semana.
Beijos.
Um poema brilhante, minha querida amiga.
ResponderEliminarFizeste-me lembrar a grande Maria Teresa Horta. E este teu poema é melhor que muitos que ela fez.
Ana, tem um bom resto de semana.
Beijo.
Notável! A força que advém das tuas palavras...
ResponderEliminarMais um poema que é uma delicia de ler e apreciar...
Beijinhos
Ana