sábado, 10 de setembro de 2016

Alerta




Não gosto do escuro,

por isso,

recuso fixar o olhar

na chávena do café.

O escuro queima.



Abre-se a porta dos fundos

para poderes entrar.



A noite é uma criança.

Tens de brincar.

São precisos corpos.

Vamos às escondidas

jogar?



Há sempre roupa a mais

a cobrir o céu.



O segredo é o incêndio.

Arde em silêncio.

Encontro-me dentro

do teu pensamento.



Necessito respirar

o perfume líquido das rosas

brancas

que invade os lábios.



Ainda não respirei.

Cortei-me.

Fiz o sangue jorrar.



O poema faz-se

de sangue e carne.



Alerta:

Ser poeta é um ofício

que pode colocar

a vida em risco.

5 comentários:

  1. eu só vejo
    de relance,
    de passagem


    beijo

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  2. Por isso o poeta fica à entrada da noite cativo desse vício...
    Gostei do poema.
    Uma boa semana.
    Beijos.

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  3. A noite e suas belas inspirações!!! Adorei o poema !!!
    Beijos

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  4. E tu gostas de pisar o risco...
    Fazes bem, continua, porque és brilhante na poesia que fazes.
    Um beijo, minha querida amiga Ana.

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  5. Mas só os poetas nos conseguem fazer entender e explicar a vida, como ninguém...
    Adorei este teu alerta!
    Beijinho
    Ana

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