domingo, 5 de julho de 2015

Magia

 
Foto: Hsfotografie
 
Maquilho-me de fantasia colorida.
Está atento aos sinais.
Parto rumo ao limbo,
sem gargalhadas.
Dispo-me de vestes douradas.
 
Reflito o corpo no espelho
e imprimo-lhe
a cor do desejo.
 
Sem ter subido
todos os degraus,
tirei o tempo do pulso
e pousei nos teus lábios
sem órbita.
 
Se pisares a Lua
descobre-a cheia
pois assim a terás inteira
 
Os ais presos na garganta
são soltos
no libertar do corpo.
 
Aspiro os estilhados do que reflete
e rasgo as sombras.
Sem espelhos
a tua imagem
torna-se corpórea.
 
Com as mãos adelgaçadas
 e agitadas
na calma noite,
entraste dentro de mim.
 
Ofereço-te a rosa dourada
com o perfume liquido
do sorriso das estrelas.

3 comentários:

  1. A poesia, ao fim e ao cabo, é sempre a maquilhagem, que cabe ao leitor tentar descodificar. Achei o poema bem formulado
    Abraço

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  2. Mais um excelente poema. Estás imparábel.
    Ana, tem um bom resto de semana.
    Beijinhos.

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