Foto: MR Jagad
Vou deitar
o corpo quente
e cobri-lo com as folhas pautadas
de insónia.
Palavras luxuriantes povoam a mente
e fecundam os sentidos
despertos.
Amanhecem as fraquezas carnais.
Não me vês, é certo.
Em biombos (in)discretos
a luz coada está retida.
Cai a noite na cidade.
O sonho levanta-se.
Cosi os meus lábios
com linhas impressas de desejo
para andar pelos telhados
e espreitar-te.
Desnuda-me invisível.
Abandono a linguagem
para te falar de mãos
que te envolvem o corpo
feito pó,
num abraço.
Sem consoantes,
deixo as vogais penduradas
na periferia
do teu ser adormecido.
Agarro-me às pedras mudas
que condensam
o grito nascente.
São os versos de água-de-rosas
que te dou a beber.
Adormeço em ti.
Ana, o ESCREVO-TE, é um bonito poema, cuja sensualidade o embeleza suavemente, mostrando a beleza da construção.
ResponderEliminarAbraços
Ainda vais cair dos telhados...
ResponderEliminarSem brincar, o poema é magnífico, gostei imenso.
Ana, tem um bom fim de semana.
Beijinhos.