Foto: Anekceeb
Atravesso a brancura inocente
que virgem violo.
Acolhe-me o que é visível.
O sopro mágico
faz o vazio falar.
Ninguém pode salvar-me
do que pode matar-me.
Embala-me o som
do silêncio,
marés de palavras ecoadas
no espaço.
Parte-se o espelho.
Ficam estrelas cadentes
trituradas.
Acabou-se a magia.
Descobre o mistério da reflexão.
Vê abertamente por dentro
o que se oculta
pelo lado de fora.
Afasta as nuvens.
Torna-me transparente.
Mastigo o silêncio.
Engulo a palavra,
sopro de luz.
Sobe até à ponta dos cabelos
com os lábios húmidos
na ponta dos dedos.
À luz nua
recolhe-me e
bebe a poção
da eternidade.
Enfeitiça-te.
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