sexta-feira, 10 de abril de 2015

O Néctar


 
 
Foto: CB Tom
 
O que se passa

na tua cabeça,

não sei.

Só falo que sinto

entre as coxas.

 

Tocas o corpo quente

de roupa inexistente,

debaixo da luz molhada

da tua língua.

 

Acende-se o fogo preso

que queima

pela cintura.

Com a pele da tua mão

experimentas a água intima

da pura sedução.

 

O corpo reconhece a terra,

quando  rastejamos pelo chão.

Abre-se em flor

e é arrancado pela raiz

com o gesto

derramado na pele.

 

Deixas cair minúsculas sementes,

letras sem cais.

Atingimos o ponto certo

com as palavras:

poesia corporal.

Escorrem do favo de mel

e perpetuam

o seu sabor liquido

na tua boca.

 

Nasce, assim,

o néctar dos deuses.

 

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