Foto: Tony Schuller
“Tenho pena de ti”.
Estou com a pena suspensa.
Prestes a ser condenada
Sem ainda ter feito nada.
Uma lágrima de crocodilo
no canto do olho.
Não escrevo mais
para não abater
mais árvores.
Não digas que adoras
os meus olhos.
São apenas dois globos oculares
com uma irís colorida.
Não desejes o beijo.
São apenas trocas de fluidos
salivares.
Não os compares ao mar.
Ele é imenso mas não
mata a sede.
O coração não tem sentimentos.
É apenas um músculo
que bate ao ritmo
da tua massa cinzenta.
Nunca me apaixonarei
à primeira vista.
É bonito mas eu tenho duas.
Eu não gosto de mentiras.
O poema ensina
a cair.
Mantem-te firme.
Eu já estou com
os cabelos em pé.
No final,
a metáfora
é o véu do que sentes.
A metáfora a conduzir-nos a um mundo íntimo.
ResponderEliminarUma boa semana.
Beijos.