Foto: Ruslan Lobanov
Percorremos
a via-sacra
ao sabor
do instinto.
Não há
maldade.
Podia ser
freira
mas
desprendi-me do hábito
(antigo).
A palavra
morde a língua.
Há a queda
nas estações.
Por aqui é
Primavera
ou Verão.
Não há
duas sem três.
Caio de
quatro.
Carne.
Terra.
Decomposição.
Ejacula.
Boa-fé.
Há círculos
de fome
Na matéria.
Regressámos
nus
com a violência
do grito sem literatura.
Seja feita a nossa
vontade na terra.
Oremos para a fonte nunca secar.
Sejamos fiéis
e mantenhamos a convicção:
não há fome
que não dê em fartura.