Foto: Igor Lateci
Nunca fui reta.
Andei em ziguezague
e por vezes em paralelos.
Facilmente escorreguei.
Hoje,
olho para o espelho
e o que é faminto,
obsceno
repousa nos fios dourados
da cabeça
que não pensa.
Mastigo as palavras
que me ardem nos olhos.
Mantenho-me direita
para digerir bem
os alimentos quentes.
Dispo-me do que não faz falta.
Sento-me
e a temperatura sobe 90 graus
e do lado oposto
ficas tu e rasas tudo
sem planos inclinados.
Apenas horizontais ou verticais.
A temperatura sobe
aos 180 graus.
Fica o corpo incandescente
que germina feito semente.
Damos um giro de 360
no enlace.
Do chão surge a solidez
do que nos suporta.
A vida existe na
fértil humidade.
Ecoa o silêncio dos corpos.
Não falamos.
Poetizamos apenas.
Para quê palavras?
ResponderEliminarBeijos.
Pois! Sem palavras, aqui deste lado... perante o teu talento esmagador! Mais um trabalho admirável... em toda a linha... :-))
ResponderEliminarBeijinho
Ana