domingo, 3 de abril de 2016

Fazer-te voar




Foto: Stanmarek
 

A luz da tua carne adormecida

dorme na escuridão

das minhas mãos fechadas.

 

É claro que a escuridão

Te permite ver tudo pardo.

A igualdade das coisas.

 

Trituro o sol

para que possas brilhar para mim.

 

Antes que te esqueça,

esqueço-me que já não te vejo.

 

Já não te mordo a boca.

Já não sei escrever nas paredes.

Mantenho o silêncio imóvel das fotos.

 

Agora,

arranco-te as asas

e sussurro-te ao ouvido

o que te faz voar.

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