sábado, 21 de novembro de 2015

Na ponta dos pés

 
Foto: Oktay Donmez
 
Na solidão de um quarto

vazio de gente,

um corpo nu,

frio,

adormecido,

está deitado na secretária.

 

Ando na ponta dos pés.

 

As Palavras são

semeadas em terra escura,

por isso,

hoje deveria escrever

de luz apagada.

 

Criam raízes

e não há vento que as abale.

Há momentos felizes.

 

Poderia agarrar-te

e traçar o teu destino.

Mas a boca tem o céu

e a língua tem  tudo

o que te quero dizer.

 

Hoje tens o melhor de mim:

o meu silêncio

escrito na ponta dos pés.

5 comentários:

  1. E pé ante pé, em pontas de pés, como bailarina, traças
    nos espaços a tua poesia.
    Excelente, Ana!
    xx

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  2. um bailado suave e elegante em teu poema...

    beijo

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  3. E que não se interrompam os sonhos sonhados... a menos que os acordem... para se tornarem realizados...
    Um poema leve... mas profundo! De leitura apaixonante...
    Gostei imenso!
    Beijinhos!
    Ana

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