Foto: Hamanov Vladimir
Isto será inútil.
Não cansem os vossos olhos a ler-me.
Para nada serve.
Por trás do vidro embaciado
existe algo:
uma sujeita com os olhos abertos
para o sono eterno.
Reflito, sem pensar,
na janela em movimento
onde um fio de água
estala o vidro na diagonal
e me transforma em bidimensional.
A cabeça cai nas mãos.
Perdi a racionalidade.
O corpo morre na sombra
esquecida.
Tenho o peito seco,
os braços abertos
para receber as vossas preces
e o coração antónimo.
Já não bate.
Fico sob terra,
acima dos comuns mortais.
É inútil a inspiração
da carne
que amamos com o avesso da alma.
A folha é estéril.
Continua casta.
A mim só me resta a nudez
das mãos inertes
e uma mancha de tinta.
São inúteis as palavras,
neste momento.
Que grande inspiração, Ana!
ResponderEliminarExcelente.
xx
Belo poema, belo blog. Adorei a atmosfera envolvente assim que se entra aqui.
ResponderEliminarBom demais!
Achei maravilhoso, Ana!
ResponderEliminarTocou-me profundamente...
Parabéns e obrigado por estes versos.
Um grande e fraterno abraço, Ana!
Versos de sentidos à flor da pele, em que se irrigam veias abertas.
ResponderEliminarBela postagem!
Grata por tua visita em meu "Baú de Guardados".
Beijos.
Genny
Gostei, sim senhor!
ResponderEliminarBeijinhos!
... e já é tanto
ResponderEliminarAs palavras só são inúteis quando o silêncio é maior...
ResponderEliminarUm belo poema.
Beijo.
Apreciei o teu Poema e não quero deixar de "avaliar" o que leio.
ResponderEliminarGosto do tema e do modo de o apresentares. Tens futuro.
Parabéns.
SOL
um pouco "sombrio" teu poema....
ResponderEliminar... e no entanto prende-nos sua beleza.
dominas na perfeição a "arte" de escrever boa Poesia.
beijo
Belíssimo!
ResponderEliminarÀs vezes são inúteis as palavras... quando não traduzem a emoção... não é o caso do teu poema... belíssima a forma como nos agarras a atenção, desde a primeira à última palavra, do teu poema... adorei!
Bjs
Ana
TODO ES FABULOSO, SIN DESPERDICIOS PARA GUARDAR...!!!
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