sábado, 29 de março de 2014

Asas Negras


 
Foto: Alexander Paulin
 
 
Liberdade:

metade Solidão, metade Saudade.

Tenho asas negras cobertas de estrelas.

Surjo silenciosa.

Entro pela janela do teu quarto.

Deixo um rasto de poeira luminosa.

 

Liberdade e Solidão:

Sinónimos para uma paixão.

Veste-me por dentro.

Despe-me por fora,

Quando me deito na pedra lisa e nua

ainda por lapidar.

O que ecoa na minha insanidade

não me deixa sossegar.

Tem de haver Liberdade.

Tenho de conseguir voar

com asas de tinta negra.

 

O que é transparente reflete:

Puro;

Cristalino;

Claro.

Só quem tem coração, sente.

Não me leias.

As Palavras não têm sentir.

A folha branca não mostra nada de mim.

 

Eu sei! Não precisas de dizer.

Prendo os teus olhos com as Palavras.

Amas o que escrevo cegamente.

Escutas os meus silêncios.

Voas nas asas do vento.

Não fico nas mãos de ninguém.

É o Destino de quem Ama

o que não alcança.

 

Não sei quem sou.

Apenas sei que quando caio

na vertigem luminosa das Palavras

Estou nua e só.

Preciso saber: Estás comigo?

4 comentários:

  1. "Apenas sei que quando caio/ na vertigem luminosa das palavras/ estou nua e só."


    Daí em diante tudo acontece.
    Beijos no seu coração.

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  2. Estive inteirinha no teu poema.
    Não sentiste?:)))
    Beijinho.

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  3. Num despir de palavras sentidas e profundas

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