domingo, 16 de março de 2014

Amo-te na mesma



 
Sou rascunho.
Muito longe de ser algo original.
Apaguei a minha luz dos teus olhos.
Tento reformular o que está mal.

 
Corto os pulsos.
Censuro-me.
(Ar) risco-me.
Destruo-me.
A folha branca recebe o grito.
Torna-se o meu ponto de atrito.
Nada serve! Amo-te na mesma!

 
As lágrimas podem afogar-me,
Podem matar o que escrevo
ao caírem no papel.
Alastram até o sentir que não devo.
É assim que ultrapasso o limite da loucura.
 assim que afasto a tristeza.
Tudo fica refletido na frieza
das Palavras.


Quando te escrevo baixinho,
na solidão do meu quarto,
abraço-te com carinho.
Esquarteja-me.
Despedaça-me.
Mata-me!
Dou o meu corpo.
O meu último sopro.
Não me importo! Amo-te na mesma.

 
A insónia possui-me.
Felizmente adormeço.
Num piscar de olhos, acordei.
O Tempo passou.
Foi como se não tivesse dormido.
Agora tenho insónias 24 horas por dia.
Amo-te na mesma.

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