Os poemas que moram nos meus olhos
São sorrisos de inverno.
E é no verso
Que se comtempla toda a força do Universo.
São a água que morde a terra ternamente
Sem medo das sombras
Que vagueiam subtilmente
Enquanto Sol flutua no céu.
E é no mar da poesia
Que mergulho a minha caneta
E espalho um pouco de magia.
Para isso preciso de morrer
no poema.
Invoco o silêncio
Enquanto baloiço na corda dos sentidos
E nos ramos da noite fico
Enforcada.
Foge o que me entristece
Enquanto a hora tece
A dor que faz o
peito apertar
Fica o arrepio na pele
E não consigo respirar
Por isso tenho de escrever
Para me conseguir libertar.
Tendo a fria claridade do luar
Como testemunha da morte
que ocorreu,
A alma arrefeceu
Mas algo a ressuscita
Quando a alma fica inscrita
Na folha em branco.
E apenas fica o pensamento
Amanha é um bom dia para
morrer (de novo).
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