sexta-feira, 2 de junho de 2017

Se



Se surgir em flor
podes desfolhar-me.

Se surgir como areia,
não te metas comigo.
Mete-te dentro de mim
feito mar que se enrola
de fora para o in(fim)nito.

Se surgir feita caravela
e começar a divagar demais,
coloca-me a mão no ombro
e não me faças ir por viagens banais.

Se surgir como cobra,
descama-me mas não me dispas.
Agarra-me pela ponta dos cabelos
e ficarei no fio da navalha,
logo que tragas a adaga
e me deite na parede.

2 comentários:

  1. Já cá não vinha a tempos...gostei do que li. Escrita intensa e bela, como sempre. Beijinhos

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  2. Deitada na parede não haverá ambiguidades a separar-vos...
    Um gosto ler-te.
    Um beijo.

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