domingo, 15 de fevereiro de 2015

Cativa-me


 
 
Se eu pudesse

olhar-te nos olhos

e não apenas em sonhos,

aprenderia a ver

a realidade.

Existirias de verdade.

 

Hoje não te posso

ter na mão.

Não te posso ver a cores.

Estou no século passado.

Está tudo avariado

e pouco focado.

 

Tenho de fugir de ti.

Dar às canetas

e correr pela linha fora.

Dou muitas voltas

mas não saio do papel.

 

Entranço o cabelo.

Quatro paredes já não chegam.

Mordo o lábio.

Surgem frases que nunca

chegam ao destino:

margem,

cais.

Um final feliz, talvez.

 

A luz está acesa.

Continuas sem presença.

Afinal não é suficiente.

Não quero ter de morrer

para te ver.

 

Improviso.

Escrevo Tu

e não sei

se te conheço.

Visito as palavras

por dentro

para as deitar cá para fora.

Não preciso de voz para me perceberes.

 

Não há razão para ser.

Não és para mim.

 

És um esboço.

Preciso apenas que te tornes original.

Cativa-me.

Inspira-me.

É disso que preciso:

que me ames.

8 comentários:

  1. Muito bonito! Adorei

    Excelente semana, beijos

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

    ResponderEliminar
  2. O poema é bonito de verdade, como é arauto da verdade - amar é sempre preciso.

    abraços

    ResponderEliminar
  3. O poema é bonito de verdade, como é arauto da verdade - amar é sempre preciso.

    abraços

    ResponderEliminar
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  5. Cala, meu amor

    Entra, meu amor
    Bom você voltar
    De onde vem você
    Cansada assim?

    Vejo tanta dor
    No teu triste olhar
    Este olhar que, outrora
    Se acendia só pra mim

    Cala, meu amor
    Fala, meu amor
    É melhor você nada contar

    Venha aos braços meus
    Que os abraços meus
    Vão finalmente te fazer calar.

    ResponderEliminar
  6. Ah! Como precisamos tanto de tão pouco...
    Um grande abraço, Ana!

    ResponderEliminar