Escrevo-te palavras
curvas
que voltam para
dentro.
Ando assim na órbita
de olhares alheios.
Falo-te de palavras
vulgares
que existem no
dicionário.
Nada é novo para nós
mas é preciso mudar o
vocabulário.
És um ditado sem erros.
Coloco-te entre aspas
pois és original.
Não és cópia de ninguém.
És tu, apenas,
sem penas.
Posso amar-te mais tempo
apenas quando nada
em comum.
Há entre nós uma atração
grav(itacional).
Andamos entre marés.
às vezes altas outras
baixas.
Sou uma Lua Nova.
Será que tu és?
Não! És
terrestre.
Olho-te de cima.
Ficas sem penas.
Eu sobre elas me deito.
Não consigo amar-te de
outro jeito.
Deixa-me não me deixando.
Leva-me não me levando.
Toca-me não me sentindo.
Suspende o teu voo
e fica comigo,
sem penas.