Foto: Argoth
Acorda-me
adormecida e impenetrável.
Respiro os espaços
que habitas
sem mim.
Cobres-me de tudo
e nada impossível.
A chuva
solta-me das sombras.
Solto-me no impulso
de uma virgindade
que cai como luz molhada
que escorre do corpo.
A noite cai no vazio
que se encurta entre nós.
Agarra a nudez
na manhã submersa.
Mergulho nua.
O que te corre nas veias
é o que te faz gemer
a voz.
Sem palavras,
o poema livre
ganha asas
ao ritmo dos versos
que de mim respiras.
Acorda-me, agora,
sem palavras.
Fantástico....
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