sexta-feira, 7 de julho de 2017

Por onde andas?

Foto: Anton Zhilin

Engulo o leite para crescer.

Dizem que tem cálcio.

Lavo as mãos na fonte.



Fecho as palavras dentro da boca.

Na língua está a intimidade.



Já não planto arvores.

Espero que cresçam fortes

e morram de pé.



Deito fora a alma,

agora que me expulsaste do Paraíso.

Quero saber como te soltas,

agora que me fizeste engolir tudo;

agora que me despenteaste o cabelo.



Por onde andas,

agora que tenho o diabo

no corpo? 

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